18/06/2010

JOSÉ SARAMAGO.

Morreu um ser humano. Talvez um dos únicos espécimes da raça humana pura na Terra. Me sinto orfão. Por algum jornal ou folhetim irão publicar o anúncio da morte deste que me deu conforto por muitos anos. Companheiro de viagens e de solidão. Preso em algum idílio social sempre tive à mão "O ano da morte de Ricardo Reis", livro que achei ter sido baseado em mim. Que graça. Uns dois parágrafos no máximo vão ilustrar alguma página com sua morte não esclarecendo a ninguém a importância da necessidade de sua continuidade na terra. A sua relevância política vai ser pouco lembrada, mas seus livros não serão esquecidos. A Copa vai ofuscar a morte de um santo na Terra e mais uma vez o dia vai amanhecer cinza. Mais cinza. Se o texto parecer exagerado ou demasiado equivocado, perdoem vocês então. A gente se apossa das coisas que ama na vida.


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