18/01/2009

O PODER DA CRÍTICA NEGADA.

Negar uma critica é a primeira coisa irracional que a critica nos leva a fazer. Seja ela positiva ou negativa. Eu acredito que não existam experiências boas e ruins. Existem experiências e delas tiramos o melhor para aprender. Com as críticas é assim também.
Recentemente uma agência de Belém abriu vaga para Redator e apesar de estar bem na agência em que trabalho, a Verodesign (super segredo de estado), sempre mando meu portfólio para outras agências. É uma forma de manter contato com o mercado e com os criativos das outras empresas e agências e ser visto também como profissional. Pois bem, mandei meu portfólio reformulado, não apenas com anúncios veiculados. Mandei também os anúncios não publicados e alguns trabalhos de design, formulação de indentidade visual e editoração. Afinal de contas sou redator e diretor de arte.
Rapidamente fui informado pelo Diretor de Criação da agência (e dono também) que "Tinha algumas idéias boas, mas que precisam ser melhoradas em meu portfólio. Talvez uma direção de arte melhor. Porém não tenho títulos fortes que a agência precisa e nem perfil pra trabalhar com eles". Inicialmente minha reação foi de espanto e raiva por que ele se referiu a um anúncio que a Verodesign ganhou Ouro no prêmio ANJ. Pensei que se tratasse de algo pessoal. A resposta foi seca e dúbia. Me veio à cabeça a frase que eu sempre uso: Quem muito critica um trabalho é por que não teve trabalho em fazê-lo.
Recebemos briefings mal escritos, nos dão prazos impossíveis como uma vez (dois anos atrás) em que tive que fazer um anúncio de Círio em meia hora. Somos escravos de um sistema que não se importa com a qualidade do material que vai ser veiculado. De repente o tal diretor de criação tinha razão. De repente aquela crítica começou a me tomar de outra forma. Comecei a me questionar sobre mim.
Há situações em que ficamos tão tomados de certeza que não nos importamos com princípios básicos como alinhamento, repetição, proximidade e contraste. Momentos em que a redação precisa ser revisada, porém a pressa em ver o trabalho tomar as ruas não nos deixa analizar com clareza as gorduras e desnecessidades do texto.
Fiquei tão chateado com a crítica do dito cujo que fui logo ao seu site pra ver se existia um trabalho, um anúncio ou um VT que justificasse tanta secura e desdém. Não achei. Será que era pessoal? Será que ele é um dos anônimos que me odeia tanto? Será que eu sou uma merda de publicitário? Não sei.
Só sei que ele, sem querer ou querendo, me ajudou a crescer profissionalmente e a ter mais cuidado estético e intelectual ao formular minhas idéias e criações. Me ensinou que as criticas, mesmo as negativas, sempre trazem algo de positivo. Essa foi mais uma crítica e mais uma experiência. Se foram boas ou ruins não cabe aqui definir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa passagem:
"Recebemos briefings mal escritos, nos dão prazos impossíveis como uma vez (dois anos atrás) em que tive que fazer um anúncio de Círio em meia hora. Somos escravos de um sistema que não se importa com a qualidade do material que vai ser veiculado."

Com vc foi só uma vez, comigo é toda semana, hehehehe...

Agora com o triste quadro acima, sinceramente, depois de uns anos, vc já não está mais nem aí com a tal "qualidade", saca?